Resenha Crítica – Morte e Vida Severina – João Cabral de Melo Neto

Morte e Vida Severina, é a obra mais significativa do recifense João Cabral de Melo Neto (1920-1999), onde ele faz um elo entre a morte e a vida, através da figura de Severino, um morador do sertão que segue o percurso do rio em direção a cidade grande em busca de uma vida mais digna.
A obra tem início com a saída de Severino do interior para Recife possuindo sonhos e expectativas. Ao longo do percurso se depara com a morte através situações como enterros e velórios, ocasiões bem diferentes do que ele imaginava encontrar em seu percurso. Depois o personagem principal se depara com a vida através do nascimento de uma criança.
A temática pode ser vista no trecho: 'E se somos Severinos / iguais em tudo na vida, / morremos de morte igual, / mesma morte severina, / que é a morte de quem se morre / de velhice antes dos trinta, / de emboscada antes dos vinte, / de fome um pouco por dia / de fraqueza e de doença / é que a morte severina / ataca em qualquer idade / e até gente não nascida'. Além disso, o enredo possui linguagem coloquial e suas repetições e rimas que fazem com que o texto se torne mais rico, além de uniformizar a sonoridade textual.
Trazendo para os dias atuais, a temática do livro se mantém bem atual, uma vez que ainda hoje milhares de pessoas saem de sua cidade natal e migram para outras cidades em busca de melhores condições de sobre e se deparam com dificuldades semelhantes as de que Severino relata em seu percurso, vendo que a vida é severina em todos os lugares. Assim o autor consegue fazer essa a ponte entre a vida e da morte, fazendo com que o leitor reflita sobre os problemas vividos por essa gente.


Juliane Ferreira, aluna do 3° ano do ensino médio do Colégio da Polícia Militar PE

1 comentários:

Unknown disse...

muito bom, gostei.

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